sábado, 7 de janeiro de 2012

Mais, mais Varela

Como não pode deixar de ser, tenho uma certa predilação por Varela. Então vou partilhar mais umas coisas com vocês. No final do mês de Julho de 2011, fiz uma incursão furtiva a Varela, onde fui descobrir mais uns pequenos tesouros. Desta vez levei um guia, nada mais e nada menos do que a "comandante" do Apart-Hotel ChezHelene. A Fá levou-me a ver um marco histórico, que marca a união de dois povos e uma famosa ponte, que hoje em dia já foi alterada.

Foi algo engraçado em ver coisas que não conseguia ver sozinho, algo que tive muito gosto em ir ver, ainda por cima com a honra do guia. Foi algo bom ver mais um pouco da Guiné, algo que começou à mais de 500 anos e que ainda existem fortes ligações entre os dois países. Ligações essas que nunca podem ser apagadas, pois as mesmas estão gravadas na história. História essa que une os dois países e por muito que se tente ignorar de alguma forma, nunca pode ser apagada.

Esta viagem foi também algo improvável, encontrei um canadiano que está a trabalhar em Beirute e isto tudo aconteceu em Varela. Foi algo engraçado e muito rico, pois encontraram-se várias culturas no local algo improvável "Coisas da Vida".




A ponte que vos vou falar, é uma ponto algo histórica, em inicialmente os pilares eram feitos de tambores, mas com o passar dos tempos foram substituídos por pilares de cimento. Tentem imaginar como seria tal ponte, como seria bela a ponte e que bem estaria enquadrada na cultura onde os tambores e outros instrumentos de percussão são utilizados em todas as cerimónias culturais.



E foi assim mais uma viagem a Varela onde descobri mais um pouco do pouco que sei...

Guileje

Mais um quartel. Desta vez um mítico para quem quem foi militar na Guiné na época da guerra colonial. tudo ficou destruido e agora está a ser recuperado. No recinto encontra-se uma anti-aérea que pertenceu ao PAIGC e um Unimog. Também se encontra um pavilhão que faz de museu, onde conta um pouco a vida do quartel militar e dos guerrilheiros. Algo que nunca irei conseguir compreender o que se passou por aqueles lados em tempos tão conturbados. Agora só os visito e tento perceber de alguma forma como foi. Uma coisa eu sei, na minha visita pelos vários quartéis tenho encontrado guineenses que foram antigos militares portugueses e agora sentem-se abandonados, por uma pátria pela qual combateram.

Aqui ficam algumas fotos do estado actual do quartel e parte da sua reabilitação.





Passadas algumas décadas pode-se ver uma coisa tão simples como esta, uma borboleta a voar descansadamente mesmo no meio do antigo quartel.


E isto tudo à porta do actual museu...












Aqui está um dos famosos AEROGRAMAS...
Quantas histórias e quantos sentimentos não terão sido pensados, escritos e transmitidos através destes simples papéis...






Aqui pode-se ver a porta de armas de Guileje, onde por baixo se pode ler "Gringos"...


Aqui pode-se ver um corredor de garrafas, pois alguém dizia que ali combateu-se muito, mas também se bebeu alguma coisa.


Aqui pode-se ver o antigo heli-porto.


Podemos ver algumas munições, desactivadas, num antigo paiol.

Algumas caixas de munições de artilharia.
Segundo a pessoa que nos explicou e que está a recuperar no quartel, tem-se em vista de utilizar aquele espaço para construir um centro de formação profissional. Esperemos que tal aconteça, pois todos os países precisam de mão de obra qualificada nos vários ramos.