Hoje, acordei e apeteceu-me ir dar uma tirada de moto e enroscar o punho. Assim o fiz e que bem me soube. O tempo prometia não ajudar, mas ajudou bastante, estava fresco e sem chuva. Lá parti eu sem saber ao certo o que me ia esperar nem o destino definitivo. Depósito atestado, mochila às costas com uma garrafa de água, um kit de tacos e uma bomba de dar ar e marchei. Melhor, enrosquei o punho e coloquei em movimento a minha minha menina, mas comigo a comandá-la pois tá claro. Já não fazia uma tirada de hoje há bastante tempo... Que saudades não tinha...
Recentemente um "casco" da moto sofreu uma pequena intrusão. Mais propriamente no "casco" traseiro, um prego de meio solho que estava a mais. Foi numa andança minha pelas ruas de Bissau, mas que resolvi o problema rapidamente com um conjunto de tacos, uma espécie de remendos que se usa para pneus sem câmara.
Mochila às costas e lá arranquei eu. Decidi o trajecto e queria ir almoçar a Bafatá. Assim foi, segui a caminho do aeroporto "Osvaldo Vieira". Parei pouco antes de da corda de Safim, pois estava a pingar, e vesti um casaco. Montei novamente e arranquei. Passei por Jugudul e foi quando comecei a ficar maravilhado com as paisagens. Foi como se a Guiné-Bissau estivesse a renascer novamente. Como se tivesse acabado uma etapa e outra mais alegre estaria para começar. O despontar do VERDE foi algo espantoso, bonito e maravilhoso... Foi como se doutro sítio se tratasse, note-se que a última vez que me lembro de passar por aquela estrada e ir com atenção foi na época seca. Agora estamos no início da época das chuvas e como já choveu alguma coisa o VERDE está a aparecer. Foi lindo olhar para as bolhanhas e ver que onde antes reinava o castanho da erva seca, agora estava o verde a ganhar terreno, e que o seu reinado está para começar.
Já se viam os animais a pastarem contentes em rebentos tenros e verdes, em vez da erva áspera e seca...
Reparem que não são só os bovinos nas novas pastagens, mas também as garças por lá andam.
Imaginem agora o seguinte cenário. De um lado o verde e do outro lado a terra arada para receber mais uma cultura do arroz. Foi esta situação em que me deparei, de um lado da estrada o verde todo com os animais a pastarem e do outro lado da estrada a terra arada. Foi como se a estrada fosse uma divisória, uma linha a definir o limite. E ainda deu tempo para ver uma casa ao longe no meio de tanta verdura...
Conseguem vê-la mesmo ao longe?
Resultado, fiz uma tirada de 300 km para ir almoçar. Foi algo que eu apreciei muito e vou repetir brevemente. Eu a estrada e a minha Honda. Houve alguém que me disse que moto se escrevia com H, o que eu concordo plenamente, porque depois de uma Honda tem que ser mesmo uma Harley.
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