No sábado passado eu e um grupo de amigos decidimos ir até Farim. Quer dizer, reconhecer o caminho até Farim pois tinham-me dito que o sítio onde era para deixar as viaturas não era o melhor. Saímos de Bissau, todos contentes e fomos andando sempre nas calmas. O primeiro destino era Mansoa, que tinha alguma curiosidade em ver e conhecer.
Chegámos a Mansoa e fomos ao mercado. No mercado era rico em produtos agrícolas mas pobre em peixe, mas como não podia deixar de ser, tinha bagre defumado. Esse marca sempre a sua presença, mais que não seja devido ao seu estado de conservação. Em Mansoa depois do mercado vi uma cabra esfolada pendurada à porta de um estabelecimento. Perguntei aos meus colegas se não queriam comer cabra. Fomos negociar o preço do pedaço que queriamos comprar. Acertámos o preço em 2000 CFA, e o senhor começou a preparar a carne de cabra. Cortou-a aos pedaços e reacendeu o fogareiro.
Aproveitei e fui dar uma vista de olhos pela cidade. É uma cidade engraçadita, quente, mas simpática. Dei uma volta turistica e rápida onde estavam presentes velhos monumentos da época colonial, inclusivé uma central eléctrica de 1952. Quando regressei a carne estava assada. Tudo para dentro de um saco plástico, para mais tarde fazer um piquenique e voltamos ao caminho. Desta vez em direcção a Farim.
Pelo que sei existem dois caminhos para chegar a Farim. Um vai desde Bissau a São Domingos e depois para Farim, o outro é de Bissau, Mansoa e depois atravessa-se o rio de piroga para chegar a Farim. O caminho por São Domingos foi-me desaconselhado por causa da proximidade com a fronteira com o Senegal e os rebeldes de Casamança. Parece que os rebeldes de vez em quando entram em território guineense e fazem das suas, além disso o caminho por Mansoa é bem mais perto.
Quando nos fizemos ao caminho novamente tudo na maior, afinal acho que eram só 30 ou 40 quilómetros até ao destino. O pior foi a condição da estrada, tinha um pouco de alcatrão no meio dos buracos, resultado perto de hora e meia para fazer o percurso.
Pelo caminho vimos paisagens novas e diferentes e inclusíve animais novos. Vimos uma família de macacos a atravessar a estrada e uma deles, depreendo que fosse uma macaca, levava um filhote na barriga, pois vi duas caudas a abanarem. Uma cauda era grande e a outra mais pequenita. Um bocado mais à frente vimos uma prática que parece comum naquelas zonas, vimos várias queimadas a serem feitas sem ninguém a vigiar.
Aqui está uma queimada sem eira nem beira. |
Continuámos nós rumo a Farim. Buraco sim, buraco sim com uma margem de manobra para outro buraco e o caminho foi continuando devagar, devagarinho. Passado quase duas horas lá chegámos nós ao nosso destino. O lado sul da margem do rio Cacheu e com Farim à vista.
No meio disto tudo quase a alcançar Farim. Mas devido às horas a que chegámos ao nosso destino, por volta das 15 horas, não atravessámos para o outro lado. Pois depois teríamos de efectuar o caminho de volta durante a noite e andar por estes lados de noite não é muito aconselhável.
No retorno a Bissau e debaixo de 40 graus celsius, parámos para comer. Lá foi um piquenique à maneira. Carne de cabra de Mansoa, atum, pão de Safim e de Mansoa, água de Portugal e um belo queijo curado dos Montes Hermínios. Foi um festim, mas sempre com os olhos numa queimada que se aproximava, mais e mais.
Foi assim que fomos e voltámos e sem ir a Farim, mais um bocado da Guiné que ficou comigo, mas também mais um bocado de mim que ficou imcompleta por não ter ido a Farim, e uma promessa de voltar e desta vez ir a Farim.
Farim à vista. |
No meio disto tudo quase a alcançar Farim. Mas devido às horas a que chegámos ao nosso destino, por volta das 15 horas, não atravessámos para o outro lado. Pois depois teríamos de efectuar o caminho de volta durante a noite e andar por estes lados de noite não é muito aconselhável.
No retorno a Bissau e debaixo de 40 graus celsius, parámos para comer. Lá foi um piquenique à maneira. Carne de cabra de Mansoa, atum, pão de Safim e de Mansoa, água de Portugal e um belo queijo curado dos Montes Hermínios. Foi um festim, mas sempre com os olhos numa queimada que se aproximava, mais e mais.
Foi assim que fomos e voltámos e sem ir a Farim, mais um bocado da Guiné que ficou comigo, mas também mais um bocado de mim que ficou imcompleta por não ter ido a Farim, e uma promessa de voltar e desta vez ir a Farim.