Numa das minhas deslocações na Guiné-Bissau foi até Bafatá, cidade que tem alguns pontos de interesse. Já lá tinha ido, mas nunca no final da época das chuvas. Foi como descobrir um novo sítio, uma nova cidade mas com os mesmos habitantes. Cada vez mais fico deslumbrado como o que vou encontrando e com o passar do tempo. O facto de existirem duas épocas, a época seca e a época das chuvas, é como se descobríssemos dois países completamente diferentes. Por terras lusitanas temos 4 estações do ano bem definidas, pelo que nós podemos observar, enquanto na Guiné temos duas. São países diferentes, continentes diferentes o que leva a uma situação geográfica também diferente. Embora em matemática podemos ter duas rectas ou dois planos coincidentes, na realidade nunca podemos ter dois países com a mesma localização geográfica no mesmo espaço de tempo.
Voltando um bocado atrás, quando cheguei a Bafatá achei maravilhoso o que vi, foi uma paisagem e uma harmonia estrondoza em que tudo parecia plano. E era plano, mas o que nivelava o terreno era uma massa de água, daí a sua beleza.
Por agora ficam com as paisagens molhadas, depois irei colocar algumas fotos das mesmas paisagens, mas noutra época. E foi assim que fiquei com mais algumas recordações da Guiné e que as guardarei comigo e as partilharei com quem quiser conhecer.
Devido a uma pequeno problema de saúde, vim a Portugal, assim que cheguei senti o cheiro a terra molhada, a terra de saudade que já não a via à dois anos nesta época do ano. Foi como um reviver de memórias que já estavam a ficar esquecidas, melhor não esquecidas mas se calhar memórias suprimidas. foi engraçado estar novamente a assistir à Visita Pascal. Gosto muito de estar na Guiné, mas existe sempre algo que nos chama ao nosso país, mais que não seja o cheiro da terra e dos Nossos. Na Guiné em cada experiência que ocorra pode ficar algo de mim, mas fica sempre algo ainda maior quando saío do meu país. Será que acontece o mesmo com todos vocês que estão fora do vosso país natal?