sábado, 30 de abril de 2011

Uma ida a Bafatá

Numa das minhas deslocações na Guiné-Bissau foi até Bafatá, cidade que tem alguns pontos de interesse. Já lá tinha ido, mas nunca no final da época das chuvas. Foi como descobrir um novo sítio, uma nova cidade mas com os mesmos habitantes. Cada vez mais fico deslumbrado como o que vou encontrando e com o passar do tempo. O facto de existirem duas épocas, a época seca e a época das chuvas, é como se descobríssemos dois países completamente diferentes. Por terras lusitanas temos 4 estações do ano bem definidas, pelo que nós podemos observar, enquanto na Guiné temos duas. São países diferentes, continentes diferentes o que leva a uma situação geográfica também diferente. Embora em matemática podemos ter duas rectas ou dois planos coincidentes, na realidade nunca podemos ter dois países com a mesma localização geográfica no mesmo espaço de tempo.
Voltando um bocado atrás, quando cheguei a Bafatá achei maravilhoso o que vi, foi uma paisagem e uma harmonia estrondoza em que tudo parecia plano. E era plano, mas o que nivelava o terreno era uma massa de água, daí a sua beleza.









Por agora ficam com as paisagens molhadas, depois irei colocar algumas fotos das mesmas paisagens, mas noutra época. E foi assim que fiquei com mais algumas recordações da Guiné e que as guardarei comigo e as partilharei com quem quiser conhecer.

Devido a uma pequeno problema de saúde, vim a Portugal, assim que cheguei senti o cheiro a terra molhada, a terra de saudade que já não a via à dois anos nesta época do ano. Foi como um reviver de memórias que já estavam a ficar esquecidas, melhor não esquecidas mas se calhar memórias suprimidas. foi engraçado estar novamente a assistir à Visita Pascal. Gosto muito de estar na Guiné, mas existe sempre algo que nos chama ao nosso país, mais que não seja o cheiro da terra e dos Nossos. Na Guiné em cada experiência que ocorra pode ficar algo de mim, mas fica sempre algo ainda maior quando saío do meu país. Será que acontece o mesmo com todos vocês que estão fora do vosso país natal?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Liceu Dr. Agostinho Neto em Festa

Ontem, 18 de Abril de 2011, foi comemorado mais um dia do patrono. Aqui na Guiné-Bissau, alguns liceus comemoram o dia do patrono, é como se fosse o dia da escola, um dia em que toda a escola entra em festa. Festa essa que está dividida em várias partes, uma parte oficial, uma parte para todos os alunos e professores e uma terceira parte em que está mais direccionada para os professores e seus familiares.

A primeira parte é composta por uma série de discursos para todos os convidados, presentes na mesa e para a comunidade escolar que queira comparecer. Fiquei a saber que no liceu existem 148 professores e pouco mais de 6000 alunos. Já imaginaram o que são seis mil alunos num liceu com este? Estão divididos em 4 turnos diários de 5 tempos lectivos por cada turno, por dia. O liceu tem 37 salas de aulas e um jardim MAGNÍFICO como podem ver em post antigos.

Quando cheguei de manhã, para assistir aos discursos já se via a festa no ar, já estava um Grupo de Felupes a animar a malta.

Grupo de Felupes
A massa humana já estava a concentrar-se...


Lá dentro o espetáculo era outro, com umas animações de um grupo pertencente ao liceu.

A segunda parte da festa já era dirigida mais para os alunos, onde houve espaço para o concurso sempre muito popular de Play-Back e o Concurso de Miss Liceu Dr. Agostinho Neto. os alunos estavam à pinha e foi uma grande confusão.




Concurso de Miss

É claro que uma festa sem música nunca pode ser uma festa, assim sendo, lá esteve um DJ a meter música. Como o calor era muito e o material produz muito calor tem que levar um dissipador, ora vejam bem este dissipador.

A força da ventilação...
Além de nós imaginem quem estava a espreitar a festa, nada mais e nada menos que dois Jugudés, no cimo de uma palmeira...

O que estarão a pensar os dois abutres?
É assim que se realizou mais uma festa no liceu, e este ano foi a dobrar uma vez que não no ano passado não se realizou. No dia um de Abril houve uma situação que comprometeu a segurança do mesmo evento.

É assim que fica mais um bocadinho de mim neste liceu, neste país, neste continente e eu presenciei uma vez mais e levo comigo a alegria deste povo que tanta alegria emana....

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Comadres

Ontem estava eu sentado a trabalhar um pouco ao computador quando comecei a ouvir os barulhos vindos de fora. Fui investigar. Ao lado do meu apartamento existe uma casa que tem um gigante pé de mango. Os barulhos vinham de lá, desse mesmo pé de mango. Vou fazer uma pequena analogia, em Portugal alguém me disse que perto da casa dele moravam umas cegonhas a que ele chamava de comadres. Eu estou em Bissau e comecei a ouvir as minhas comadres ao lado. As ditas cujas não eram cegonhas, mas sim morcegos que se estavam a alimentar dos mangos mais maduros. Assim que me apercebi e os vi a alimentarem-se fui a casa buscar a máquina fotográfica e comecei a tirar algumas fotos.

A comadre a chegar ao pé de mango.
O posicionamento no restaurante.
Posição assumida.
O repasto fenomenal...
Qual a foto que vai incomodar um jantar de luxo?
Nem o flash das fotos lhe estragaram o jantar. É claro que no meio da refeição também iam conversando, daí a conversa das comadres. Foi algo que vi e gostei de ver. Um morcego que de certeza não era nenhum vampiro a menos que fosse um vampiro vegetariano...

domingo, 3 de abril de 2011

Mais Varela

No fim de semana de 20 de Março, fiz mais uma incursão até Varela. E como soube muito bem esses dias de descanso, ver o mar e sentir-lhe o cheiro e o salgado. Depois vieram as recordações de Portugal e por fim o poema de Fernando Pessoa. Parece que as lágrimas do mesmo poema chegaram até à Guiné. Encontrei uma pequena modificação na praia. Desta vez tinha uma cabana para os apreciadores de praia, se protegerem do sol, ou quem sabe para apreciarem o Pôr-do-Sol que continua lindíssimo...

Que grande vista...
Já da outra vez que tinha ido a varela achei curioso um edifício, sobre o qual nos colocámos a discutir qual seria funcionalidade do mesmo. Ora vejam...


O edíficio em questão.

Conclusão após alguma discussão. Pensamos que terá sido um pombal, mas também não perguntámos a ninguém. Aí está mais uma razão para ir a Varela, perguntar o que era o edifício em questão.
Da outra vez vi pescadores a poucos metros da praia, mas para lá das ondas. Eramos nós da praia e eles do mar e o peixe estava completamente cercado. Será que podemos dizer que estava cercado? Nós só pescamos o que cai no anzol, lá está "Pela boca morre o peixe.". Uma realidade que cada vez mais comprovo, querem vocês lá imaginar que todos os peixes que pesquei na Guiné vieram todos pela boca? Porque será?

Cá estão os pescadores.
No caminho de regresso, pela picada atropelei uma rola. Resultado, rola morta e para dentro do carro, que nada se desperdiça. Uns dias mais tarde, rola no prato pois tá claro. Bem saborosa que ela estava, só teve um pequeno grande problema "Soube a pouco".



É que um Freelander não serve só para passear, também serve para caçar...