quinta-feira, 30 de junho de 2011

Bicharada

Hoje vou descortinar um pouco mais de mim. Eu e os répteis não somos muito fãs, neste caso acho que é da minha parte para com eles. Mas gosto de observar os ditos animais, e por estes lados é coisa que não falta.
Esta semana, estava a trabalhar no INDE, numa proposta para a revisão curricular do ensino básico, quando começo a ouvir uns barulhos vindos da rua. Vou à janela e vejo um enorme réptil com perto de metro de comprimento. Sim, disse enorme porque digamos que não é coisa que eu veja todos os dias. Estavam dois répteis a lutar ou a fazer qualquer coisa parecida. Perguntámos ao colega guineense que estava a trabalhar connosco como se chamava. Ele prontamente disse que não se lembrava, mas saiu porta fora e foi perguntar a outro colega. Passados uns momentos, apareceu a dizer que se chamava Linguana. Ora vejam algumas fotos...



Ora vejam o bicho, eu sei que a foto está má, mas é o que se pode arranjar. O próprio nome pode indiciar a iguana, mas depois vendo com atenção, mais parece um varano. De qualquer forma ele ou ela era grande e corria que se fartava. Quando cheguei à residência, estive a falar com um guineense que me informou que era uma carne bastante saborosa. Cá está mais um prato gastronómico para provar, se calhar uma iguaria de comer e chorar por mais. Quem sabe se um dia levo mais um bocadinho da Guiné-Bissau comigo...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Liceu Dr. Agostinho Neto

Em Abril o loceu recebeu um donativo de empresários angolanos que estavam de visita ao país. Como o liceu tem o nome do primeiro presidente de Angola, um grupo de cidadãos angolanos visitou o liceu e decidiu doar uma certa quantia de dinheiro. Quantia essa que foi utilizada para arranjar os muros que delimitam a escola e para construir uma cantina escolar. Já mostrei as fotos a algumas pessoas que passaram pelo liceu como agentes da cooperação, algumas achavam que estava bonito, outras acharam que estava pior. Na minha opinião qacho que está melhor, mais colorido e com as suas delimitações bem definidas. Foi pena a cantina não ter sido terminada, pois o dinheiro não chegou para tudo, mas o que foi feito, já foi um grande avanço. Vejam então o evoluir da futura cantina escolar.





E está assim o ponto de situação da futura cantina escolar. Os alunos agora estão em provas globais, mais uma vantagem do próprio gradeamento e do portão, é que durante as provas, pode-se vedar a entrada a pessoas estranhas que possam vir a provocar distúrbios.




Como podem reparar, na minha opinião está mais bonito. Nem que seja pela pintura nova que recebeu. Agora peço que às pessoas que passaram pela Guiné e em especial pelo Liceu Dr. Agostinho Neto, que comentem a nova aquisição de imagem do liceu. Mais um bocadinho perto do ideal...

sábado, 25 de junho de 2011

Guiné-Bissau

Hoje, acordei e apeteceu-me ir dar uma tirada de moto e enroscar o punho. Assim o fiz e que bem me soube. O tempo prometia não ajudar, mas ajudou bastante, estava fresco e sem chuva. Lá parti eu sem saber ao certo o que me ia esperar nem o destino definitivo. Depósito atestado, mochila às costas com uma garrafa de água, um kit de tacos e uma bomba de dar ar e marchei. Melhor, enrosquei o punho e coloquei em movimento a minha minha menina, mas comigo a comandá-la pois tá claro. Já não fazia uma tirada de hoje há bastante tempo... Que saudades não tinha...
Recentemente um "casco" da moto sofreu uma pequena intrusão. Mais propriamente no "casco" traseiro, um prego de meio solho que estava a mais. Foi numa andança minha pelas ruas de Bissau, mas que resolvi o problema rapidamente com um conjunto de tacos, uma espécie de remendos que se usa para pneus sem câmara.
Mochila às costas e lá arranquei eu. Decidi o trajecto e queria ir almoçar a Bafatá. Assim foi, segui a caminho do aeroporto "Osvaldo Vieira". Parei pouco antes de da corda de Safim, pois estava a pingar, e vesti um casaco. Montei novamente e arranquei. Passei por Jugudul e foi quando comecei a ficar maravilhado com as paisagens. Foi como se a Guiné-Bissau estivesse a renascer novamente. Como se tivesse acabado uma etapa e outra mais alegre estaria para começar. O despontar do VERDE foi algo espantoso, bonito e maravilhoso... Foi como se doutro sítio se tratasse, note-se que a última vez que me lembro de passar por aquela estrada e ir com atenção foi na época seca. Agora estamos no início da época das chuvas e como já choveu alguma coisa o VERDE está a aparecer. Foi lindo olhar para as bolhanhas e ver que onde antes reinava o castanho da erva seca, agora estava o verde a ganhar terreno, e que o seu reinado está para começar.




Já se viam os animais a pastarem contentes em rebentos tenros e verdes, em vez da erva áspera e seca...




Reparem que não são só os bovinos nas novas pastagens, mas também as garças por lá andam.
Imaginem agora o seguinte cenário. De um lado o verde e do outro lado a terra arada para receber mais uma cultura do arroz. Foi esta situação em que me deparei, de um lado da estrada o verde todo com os animais a pastarem e do outro lado da estrada a terra arada. Foi como se a estrada fosse uma divisória, uma linha a definir o limite. E ainda deu tempo para ver uma casa ao longe no meio de tanta verdura...


Conseguem vê-la mesmo ao longe?
Resultado, fiz uma tirada de 300 km para ir almoçar. Foi algo que eu apreciei muito e vou repetir brevemente. Eu a estrada e a minha Honda. Houve alguém que me disse que moto se escrevia com H, o que eu concordo plenamente, porque depois de uma Honda tem que ser mesmo uma Harley.

domingo, 19 de junho de 2011

Farim

Já me encontro em Bissau desde do dia 30 de Maio. Foi um regresso tranquilo e acolhedor, voltar a este calor e a esta terra vermelha que é a Guiné.

Este Sábado fui até Farim. Desta vez tenho informações mais precisas de Farim, e posso dizer que estive lá. Não foi um Farim à vista, mas sim um Farim presente e bonito. Foram 112 quilómetros de estrada, 60 até Mansoa em estrada muito boa, e 52 até Farim em estrada bem má. O problema da estrada não foram propriamente os buracos, quer dizer, pensando bem até foram. Existe algum alcatrão no caminho e no meio desse alcatrão formaram-se os ditos buracos. Resultado, foram 52 km de buracos e ir sempre devagar. Foi um dia bonito e algo quente, muito quente...
Mas devagar lá chegámos à terra onde morreu Titina Silá, considerada pelos guineenses, como sendo uma heroína da guerra da Libertação.
Assim que chegámos tivemos de atravessar o rio Cacheu. Decidimos ir de piroga, neste caso pirogas grandes e que chegavam a transportar umas vinte pessoas. Sentadas lado a lado em várias travessas numeradas. Fomos na piroga mais colorida e a viagem custou 150 CFA por pessoa.

Aqui vai ela após ter largado os passageiros.
 É claro que também existe uma jangada a motor e que se chama "Titina Silá".


Assim que chegámos a Farim, encontrámos um espaço bonito e acolhedor junto ao rio. Um espaço que deve ser bastante calmo e tranquilo num final de tarde. Também estáva lá um pequeno monumento à heroina da Guiné-Bissau.



Uns passos mais à frente e vem o tal espaço que referi anteriormente. Até piscina o espaço tinha, tinha quer dizer, ela está lá mas está vazia. O espaço também tem umas formas geométricas muito engraçadas a separar os vários jardins. Algo que não encontrei em mais nenhum lado na Guiné. Será que as pessoas de Farim são geómetras? Isso não sei, mas sei que encontrei algo muito curioso que pousou para a foto. E que postura não tinha. Toda emproada e altiva. Cabeça bem levantada para ver o que se passava. Se calhar estava a montar guarda ao espaço. Vejam e depois digam a vossa opinião.



Aqui está a nossa personagem.

Contemplem a geometria

Como puderam reparar, no meio do espaço existe um monumento. Tem a forma que faz recordar uma vela ao qual eu tirei uma fotos mais aproximadas e consegue-se ver os instrumentos de navegação na sua perfeição.



É claro que com tanto calor à que aproveitar um local à sombra e à beira rio...
Saindo do rio lá fomos dar uma volta pela cidade. Ainda se vê os fios de electricidade nos postes. A electricidade essa existiu até Setembro do ano transacto. Passámos pelo hospital, pelo liceu, pelo antigo quartel militar português. Até andámos pela Avenida Viana do Castelo.

Parte do quartel miltitar.

Mais algumas instalações do antigo quartel militar português de Farim.


Avenida Viana do Castelo
É claro que não podia deixar de ter uma igreja com o respectivo campanário...



E como a hora do almoço já tinha chegado lá fomos nós à procura da carne de cabra, pois tá claro. E até estava saborosa.

Ainda se pode ver a cabeça no chão...


Lá está ela a assar no lume...

Claro que como estamos na Guiné, tem se existir uma acácia rubra para dar uma outra cor, são sempre fantásticas estas árvores.
 
Esqueçam o que está à volta e olhem só para a árvore com flores. É fantástica...
Ainda passeando mais um pouco encontrei mais um ser vegetal que achei curioso. Uma vez mais, peço ajuda aos biólogos que caracterizem-na e que me informem do que se trata. Eu penso que é uma espécie de cacto, mas não posso afirmar nada mais.
 
 
E depois de visitar mais um lugar regressámos a Bissau, ou seja mais 52 km de estrada em mau estado. Mas valeu a pena e ainda por cima pelo caminho comprei mangas e fole. Estavam uma maravilha as mangas e o fole deu um doce fantásticoooooooo.