Eticoga

Eticoga é uma tabanca que fica em Orango. Sim, porque isto ainda está relacionado com a viagem a Orango. Decidimos ir até à Eticoga e ver o que se passava por aqueles lados. Já lá tinha estado duas vezes, mas sempre com o lago vazio, desta vez queria lá ir com o lago cheio, e assim foi. A seguir ao pequeno almoço rumámos à Eticoga. O GPS não funcionava, a bússola estava desorientada então fomos com um guia, mais simples, eficaz e só não dava milhões. 

Na entrada que chegámos encontrámos um poço de água.

 

  A vedação é para evitar que os animais cheguem até ao poço.

Para onde nos levará este caminho? Parece um tunél com uma luz ao fundo.

Caminhámos um pouco mais e fomos encontrando mais umas casas já mais típicas.

As construções das casas podem mudar de etnia para etnia, o que é perfeitamente natural, se muda a cultura e os hábitos, logo está tudo implícito.

Numa casa encontrei mais uma utilização para o telhado. Que tal utilizá-lo para secar pele? A pele depois irá servir para fazer instrumentos musicais, e mais algumas coisas.

Caminhando mais um pouco encontrei um brinquedo conhecido. O meu pai fez-me um quando era pequeno, e se calhar alguns de vocês também o conhecem.

Memórias de infância.

Depois encontramos uma casa sagrada chamada de Baloba, uma casa onde fazem alguns rituais. Existem casas sagradas só para homens e só para mulheres, sim porque todos têm direito a fazer as suas cerimónias, mas sempre em lugares separados.

Depois andámos mais um pouco e comecei a reparar nos acabamentos do telhado. Mas quem se iria de reparar nos telhados? Neste caso até fui eu e achei bastante curioso.

Aqui está um telhado ecológico e que ainda por cima produz alimentos.

Depois mais uma caminhada na descoberta do desconhecido, embora já lá estivesse estado 2 vezes. Eis que vindo do nada temos um guarda alto, imponente e com alguma idade a guardar o caminho.

Quantos anos esteve este guarda de serviço? Depois da devida autorização e da confirmação dos passaportes lá avançámos até ao lago na povoação.



Não se iludam muito pelo lago, ali existem crocodilos, sabem daqueles que mordem quando fecham a boca. E mesmo no centro do lago está um condomínio completamente cheio de inquilinos. E sabem que mais? O espaço está mais que aproveitado, até ao último ramo.

Quanto será que cada um deles paga de renda? É que tem vista para o lago.

Na saída vimos este imponente Pé de Mango.

Imaginem a quantidade de Mangas que aquela imponente e bela árvore consegue produzir?

O Natal

Ora aí está mais uma época festiva que todos nós conhecemos NATAL. Eu por mim já é uma quadra que não dou muita importância, mas respeito a quem dê. É uma época com alguma magia, com algum sentimento, quem tiver crianças em casa é mais uma alegria. O que eu gosto mais do natal, é a cozinha. Temos pratos fabulosos, e por incrível que pareça eu osto mais de cozinhar do que propriamente comer, pelo menos os doces típicos. Já lá vai o tempo em que cozia 5 quilos de bolo rei caseiro, a arte de amassar o pão, o arranjar as várias frutas para colocar no bolo. Eu sou um apreciador de frutas cristalizadas, mas as uvas passas não existe nada que lhe chegue. Em minha casa as frutas ficavam a marinar em vinho do porto branco de um dia para o outro.

Ontem decidi fazer uns filhós em casa. Pedi à Neuza, a rapariga que me trata da casa, para comprar abóbora, farinha e açucar. Hoje decidi fazer os filhós. Enquanto os tava a fazer a Neuza estava sempre curiosa e ver tudo o que eu fazia, ela gosta de aprender cozinhados novos e eu gosto de lhe ensinar o que eu sei, bem ou mal feito. O grande problema é que quando eu cozinho não tenho medidas, é tudo um bocado a olho, o que por norma até fica bem mas podia dar para o contrário. Hoje o resultado foram os primeiros filhós que fiz em Bissau, e pelo que alguns dos meus colegas disseram parecem estar razoáveis, eu penso que é por causa de não os comerem à bastante tempo.

Agora tenho que ir preparar a mala pois no dia 18 volto a Portugal para uns dias de frio e estar com a família.

Pescaria no Braço do Mar de Quinhamel

Este sábado fui à pesca com uns amigos. Fomos até Quinhamel, até à Ponta do Sr. Fernando (Ponta é um terreno), onde embarcámos no seu barco. Isto tudo por volta das 9 horas da manhã. O transbordo da margem até ao barco foi feito de piroga. O rapaz da piroga parecia um motor a remar, qual motor qual quê, ele batia qualquer motor de 20 cavalos só não sei por quanto tempo :). 

Quando chegámos ao local, ferro ao fundo, canas na mão e linha na água. Muito importante, quando se vai pescar convém, mas convém mesmo colocar anzol na ponta e de preferência com isco. Como os peixes por estes lados são peixes ricos, então utilizamos o camarão como isco.

O resultado da pesca foram uns belos quilos de peixe de várias espécies. Uns antónios bocas, peixe malhado, garoupas, corvinas, peixe coelho e como não podia deixar de ser o "manel caralho". O manel já falei em num post anterior. Claro que nós levámos connosco o nosso melhor artilheiro para pescar o manel. Foi um óptimo dia de pesca com e mais importante foi o tempo que estávamos a pescar com o ferro no fundo o silêncio apaziguador. Um silêncio confortável e agradável, do melhor que a Guiné-Bissau tem para oferecer. E foi assim que ainda trouxe para casa um antónio bocas e passei um dos melhores dias na Guiné.

Esqueci-me de dizer que no final da pescaria, a mulher do Sr. Fernando tinha feito um maravilhoso frango de caril. Mas estava mesmo bom, muito bom, foi de comer e chorar. Não foi chorar por mais, foi é chorar por não conseguir comer mais que é revoltante.

Desta vez não tenho fotos para colocar mais fica assim mais uma experiência minha por África.

Jogo de Sombras em Orango

Ora cá estou mais uma vez para falar mais um bocadinho da viagem a Orango. Na praia onde fizemos o piquenique encontrei umas formas estranhas, torcidas, sem vida, mas belas.

Na praia encontrei dois sentinelas, quer dizer, dois antigos guardas que permaneceram no seu posto durante umas décadas. Bem que eu tentei conversar com eles mas eles não se dignaram a responder-me. Terá sido por eles serem dois troncos? Melhor será por eles terem sido duas árvores que morreram? Ou terá sido por mania ou casmurrice? Deixo a questão no ar... Como é que se pode deixar uma questão no ar? Elas não caem? Que eu me lembre só tropecei (na minha terra diz-se ensepar que vem de cepo) em buracos, pedras, paus, mas nunca em questões.

Os dois guardas em frente de ataque

Depois pela praia fui encontrando mais da velha guarda, o que foram nos seus tempos aureos grandes e imponentes árvores, hoje são bocados de madeira bizarros enterrados na areia e com formas muito peculiares. Formando um jogo de sombras com a sua beleza natural e única. Entrando nesse mesmo jogo tirei uma foto minha, para assim que me virem na rua a ensepar numa questão me possam ajudar a levantar.

Este sou EU.

Vamos lá analisar as diferentes formas.

Este está arqueado, eu digo que este guarda estava cansado e decidiu fazer uns alongamentos. Pelo caminho se calhar pensava que era um contorcionista e ficou assim.

Este é o que eu chamo estar de nariz empinado. Parece um bico de pato ou coisa do género. Será que é uma mutação genética ou foi manipulado geneticamente para ficar com aparência de bico de pato? Eis mais uma questão lançada. Cuidado para ver onde elas caem.

Ora aqui está uma coluna totalmente exposta e que não está muito direita. Tem que ir ao endireita. Pelos meus cálculos nem assim lá vai.

Pela foto seguinte vem uma cabeça muito baralhada e cheia de ramificações, ou será que é só para confundir?

Depois também existem os exércitos espalhados pela praia prontos a intervir sempre que necessário, ou não.

Estarão a dormir ou só a descansar?

 Não nos podemos esquecer daqueles que têm um ar leve, cordial, e algo flexível.

Mas no final encontrei um deles que me deixou tirar uma foto com ele.

E é assim que deixo este guardas terem o descanso...

Perda de Material

No sábado passado fui até Bula, ao Lume, onde perdi a minha máquina fotográfica. Era uma máquina fraca mas que me permitia tirar as fotos que eu queria. Os post's no blog vão continuar pois ainda tenho mais algumas coisas para dizer de viagens antigas. Como vou a Portugal no Natal, aproveito e vou comprar uma máquina nova.

Mais Orango

Como o próprio título indica cá vai mais umas coisas da viagem a Orango. De manhã ao tomar o pequeno almoço na ilha decidi tirar uma foto a uma pequena árvore (desculpem-me os biólogos caso não seja), que agora vou partilhar com vocês.



A vigilante



Será que está a vigiar algo importante e com extrema cautela? Ou estará por e simplesmente a apreciar a paisagem? Se estiver a apreciar a paisagem coloca-se a seguinte questão: Está a ver os brancos a tomar o pequeno almoço ou a ver o mar e os barcos? Cá para mim é um espião que está muito bem disfarçado e está atento a tudo o que o rodeia. in Teoria da Conspiração.

Para ajudar à teoria da conspiração junta-se mais um espião de alto gabarito, ou será mais o último grito em tecnologia de espionagem? Observem bem o que estava por cima das nossas cabeças atento a tudo...

O segundo espião.

Isto tudo decorria enquanto nos preparávamos para uma sortida em busca dos hipopótamos. Mas antes de sairmos tinhamos que tirar o azimute, ou seja, seguir indicações. Para isso basta consultar o mapa TOP SECRET que só os mais audazes conseguem encontrar e ler.

Caso não consigam ler não se atrapalhem, só os mais destemidos é que conseguem.

E foi assim que conseguimos tomar rumo ao sítio certo. Quando chegámos ao local dos hipopótamos, encontramos uma verdadeira fortaleza cheia de soldados prontos a atacar a qualquer momento por isso tivemos de agir com muita cautela e disfarçados de quem estava meio perdido. Consegui tirar uma foto à fortaleza, mas assim que virem esta foto nunca digam a ninguém o que viram pois pode custar a vossa vida.

Fortaleza

Torna a avisar, assim que virem esta imagem apaguem-na da vossa mente, porque eles sabem tudo e conseguem ler tudo.

Depois de ver o nosso principal objectivo encontramos mais provas de que estávamos a ser vigiados de todos os ângulos, quer por água, terra e ar. Aqui está a prova de que os hipopótamos mandaram batedores para ver quais eram as nossas intenções. Pegadas fora de água, perto do lago onde ninguém imaginaria.

A sorte deste batedor foi que eu esqueci-me do meu Kit do CSI para retirar as impressões "patais". Pois agora colocava no meu aparelho de analisador de patas e já sabia quem era o espião. Com a caminhada fui recolhendo mais provas de agentes espiões e bem disfarçados vejam lá se conseguem identificá-los...

Conseguiram identificá-los?

Para tentar fugir aos olhos dos nossos espiões fomos até uma praia, onde pensávamos que estávamos seguros. Encontramos umas pequenas pegadas que eram de macacos. Se calhar também são fugitivos de perseguição cerrada.

Se conhecerem os sujeitos a quem pertence estas pegadas é favor de avisarem para que entrem em contacto comigo. Assim podemos criar uma bolsa de resistência contra os espiões. Passado um bocado encontrei mais um espião. Corrigindo, um ex-espião, pela sua aparência só pode ter pertencido à Brigada Das Palmeiras. A foto está um bocado desfocada, pois foi tirada à pressa para não me denunciar.

Vamos testar uma vez mais as vossas capacidades de percepção. As pegadas que veem estão em relevo? Ou é uma ilusão optica?

Descubram a resposta.

Depois de um dia fabuloso e sempre de olho nos que rodeia, encontrei um elemento que já estava receoso pela sua posição e decidiu esconder-se. Por precaução ou por medo, se calhar pelas duas. Este já tem cadastro em tudo que é livro.

No dia seguinte regressámos a Bissau, pelo caminho encontrámos a ilha dos papagaios.

E uma vez mais o nosso amigo decidiu esconder-se por umas horas. Será que o luar lhe faça mal à pele?

E é assim que a Guiné reclama mais um bocado de nós, nestas maravilhosas paisagens e em todos os seus seres. Para que vocês me conheçam aqui fica uma foto minha...