Para começar coloco já uma questão fundamental: Bacalhau é carne ou peixe? Aqui está um pretexto para surgir uma nova teoria evolucionista que poderá destronar qualquer uma das aceites pela comunidade científica.
Como um bom apreciador de bacalhau, mais que não seja pelo meu pai ter sido pescador em terras fria do Atlântico Norte, considero que seja carne. Será mesmo que peixe não puxa carroça? Para mim, com bacalhau puxa-se tudo e mais alguma coisa, bacalhau é bacalhau. Imaginem vocês um português sem a sua posta de bacalhau? Não quero ofender ninguém que não goste de bacalhau. mas continuando, hoje trouxe mais um bocadinho de Portugal até mim. Revi momentos de infância. Durante a minha infância sempre trabalhei na terra e as minhas férias do verão eram sempre passadas a trabalhar no campo com a minha mãe. Acreditem naquilo que vos digo, era muito trabalho e que saia do meu corpo, mas era um trabalho gratificante. Imaginem os conhecimentos que são passados, as gerações que transmitiram o que tinham aprendido anteriormente. Podem dizer que esse conhecimento é empírico e eu concordo, mas só de pensar na evolução que teve e o aprender fazendo é como se fosse um ritual. Já agora pensem um bocado no número de vezes que aquele pedaço de terra, que já vem dos nossos AVÓS, deu algo para nos alimentar. E o prazer de ver algo a nascer, crescer, apanhar e cozinhar. Sabendo que aquilo cresceu com o vosso suor. É algo maravilhoso.
Como ia a contar, de verão parte dele era passado nos pinhais, a limpá-los para depois ter que colocar na cama dos porcos, galinhas vacas, etc... A minha mãe levantáva-se mais cedo e cozinhava batatas com bacalhau. Depois agarrava na trouxa e lá iamos o dia inteiro para os pinhais. Hoje decidi replicar a parte do almoço. Pedi à rapariga que me trata da casa, Neuza, para comprar os ingredientes necessários. Neste caso só foi preciso comprar algumas batatas, pois o resto tinha tudo, e expliquei-lhe como se faz o prato com sabor a infância.
1º Cascar as batatas e cortá-las às rodelas;
2º Colocar o bacalhau e um ovo na mesma panela;
3º Deixar cozer;
4º Escorrer a água da cozedura, mas atenção deixar um pouco no fundo;
5º Cascar alho e cortá-los aos pedaços, também pode ser às rodelas;
6º Regar os elementos que acabaram de cozer com azeite e vinagre e adicionar o alho, tudo dentro da panela;
7º Tapar tudo e embrulhar em panos, muitos de preferência, e deixar repousar por umas duas horas;
8º Desembrulhar tudo e comer.
FOI SIMPLESMENTE MARAVILHOSO
Quando cheguei a casa encontrei esta pequena surpresa em cima da minha mesa...
O que eu acabei de partilhar com vocês foi um pequeno desembrulhar um presente. A meu ver só existiu um pequeno senão, a qualidade da batata. Como já se devem ter apercebido eu sempre comi batata caseira e de uma qualidade em especial Batata Rambana, é uma batata apreciada por muitos e detestada por outros. Para mim é a melhor que se pode comer.
E foi assim a minha experiência de hoje e uma pequena relembrança do passado.
Se quiserem experimentar em casa a receita e tiverem algumas dúvidas digam alguma coisa que tentarei esclarecer.
A Neuza esmerou-se!!! ;)
ResponderEliminarMaravilhoso é tu descreveres aqui estas coisas no blog.
ResponderEliminarTrabalhar no campo nunca fez mal a ninguém e faziam muito bem e muita gente!~
Quanto à receita... mais uma entre tantas receitas tradicionais deliciosas que vêm dos nossos avós.
Este património não tem preço!
Abraço
Simplesmente... adorei esta mensagem! Mesmo muito...
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