Divagar... O que será mesmo divagar? Será navegar por pensamentos nunca antes alcançados? Isto quer dizer que divagar leva a navegar. Navegar, mar, mar pode ser ilhas. Ilhas... Ora aí está uma bela imagem e como estou presentemente na Guiné-Bissau, obviamente que as ilhas vão implicar o Arquipélago dos Bijagós. Se vou para as ilhas levo a cana, melhor as canas e com as canas vem um dos mais espectaculares e emocionantes momentos, o de estar sentado à espera que o peixe morda o isco. Sim, porque como sabemos pela boca morre o peixe. Será mesmo assim? Eu já pesquei com anzol e alguns peixes não morreram pela boca, mas sim ou pela barriga, ou pelas barbatanas, mas não pela boca.
Voltando pela divagação, será que eu acabei de divagar? As nossas divagações levam-nos a algum sítio? Será que alguém pode morrer com o peso das divagações? É que se assim for ninguém mais divaga.
No meio das minhas divagações encontrei algumas incoerências.
Tomemos o caso dos Vampiros. Todos nós dizemos que eles são imortais. Serão mesmo? É que se assim for como é que os destroem nos filmes, nas séries, ... Porque se os matam eles são mortais. Também temos o caso dos lobisomens. Será que alguém ou algo é mesmo imortal? Eu penso que sim, pode não ser propriamente em carne e osso, mas as suas ideologias podem ficar escritas para toda a eternidade. Mas isto é válido dizer para toda a eternidade? Será que a eternidade tem fim? É que se tem deixa de ser eternidade e passa a ser para um certo tempo. É a mesma coisa do que estar a comparar conjuntos infinitos. Ambos conjuntos têm um número infinito de elementos, mas no entanto existem conjuntos infinitos contidos dentro de outros conjuntos infinitos e não podemos dizer qual é maior do que outro.
E quando nós dizemos que qualquer coisa vem dos nossos avós. Como referi anteriormente, que o conhecimento do trabalho nas terras vem dos nossos AVÓS. Será que vem realmente dos nossos avós ou dos nossos antepassados? Eu escrevi com o intuito dos nossos antepassados. Eu admiro muito o conhecimento empírico, melhor admiro o ritual da passagem desses conhecimentos, que é feito com uma certa mestria, pelas "mãos" de alguém que por sua vez aprendeu com outra pessoa. É algo incrível que se demonstra nesse ritual, algo que leva de certa forma à aposentação. Para quem está a transmitir sente que o seu conhecimento não ficou perdido e quem está a aprender sente por sua vez que alguém está a querer dizer-lhe algo, a conversar. É por isso que eu acho que este tipo de rituais são dos mais ricos que podemos encontrar e que eu acho que cada vez mais se está a perder. Ou estará pura e simplesmente a modificar-se? Uma coisa que eu aprecio na Guiné é o facto de à beira da estrada verem-se bancos improvisados, onde as pessoas se reunem, o culto do contador de histórias ainda acontece por aqui. Em minha casa, em Portugal, quando estamos todos em casa a hora da refeição é uma hora onde toda a gente se senta à mesa. É uma hora de conversa, de discussão e pois tá claro de boa comida. Mas é claro que a televisão se encontra sempre ligada o que já leva a menos uma conversa. Será que leva mesmo? Se surgir alguma notícia algo intrigante, pode originar uma discussão segundo vários pontos de vista.
Costuma-se dizer que gostos não se discutem. Eu tenho uma opinião totalmente oposta. A meu ver o que se discute são sempre os gostos. Tentamos usar sempre argumentos válidos que nos levem a que a outra pessoa ou pessoas mudem para os nossos gostos. Acho que os gostos têm que se aceitar, mas nunca se pode dizer que gostos não se discutem.
E foi assim que após, desta vez nada tem a ver com as viagens ou memórias, este pequeno texto eu disse algo. SERÁ QUE DISSE MESMO?
Como anteriormente falei de pesca aqui fica uma foto de um tubarão guitarra que pesquei. Devia ter certa de metro e meio.
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